Era um dia daqueles em que o futebol mostra por que é chamado de paixão nacional. Palmeiras e Botafogo se encontraram em campo, mas foi o Verdão quem realmente entrou com alma, suor e coração. Não era só mais um jogo: era Mundial, era honra, era sonho — era tudo.
Desde o apito inicial, o Palmeiras mostrou que estava ali para jogar bola com seriedade. Um time armado no 4-4-2, com Mauricio e Allan comandando o meio, Vitor Roque e Estevão como flechas no ataque. O time envolvia, triangulava, pressionava. Parecia uma dança coreografada com ritmo e intensidade. E se a rede não balançou no tempo normal, muito foi por culpa do goleiro do Botafogo, que parecia inspirado, parando tudo.
Do outro lado, um Botafogo tímido, encurralado, acuado. A marcação alta do Verdão era sufocante. O Glorioso mal conseguia respirar, quanto mais contra-atacar. Richard Rios distribuía o jogo com inteligência, Estevão infernizava a zaga, e o time parecia prestes a explodir no placar a qualquer momento. Mas a bola, caprichosa, teimava em não entrar.
Vieram as substituições. O técnico mexeu — como quem tenta acertar o tempero de um prato já quase pronto. Entraram Paulinho, Facundo Torres, Luighi, Aníbal Moreno. O jogo esfriou um pouco, perdeu a explosão da ponta direita, mas ganhou resiliência e novas peças para o quebra-cabeça da prorrogação.
E foi lá, no momento em que o corpo começa a pesar e a mente precisa ser mais forte que a perna, que surgiu ele: Paulinho. Um lampejo, um drible seco em Marlon Freitas, um chute no canto que parecia escrito pelas mãos de um poeta. Golaço. Um grito preso na garganta de milhões explodiu em um só eco: GOOOOL!
Mas como toda boa história tem seu drama, veio o cartão. Gustavo Gómez, o xerife, o líder, cometeu falta boba no meio de campo. Já tinha amarelo. Foi expulso. E o jogo, que já era tensão, virou nervos à flor da pele. O Botafogo, que nada fez durante quase 90 minutos, resolveu aparecer só nos últimos 15. Tarde demais.
O Verdão, mesmo com um a menos, se fechou como quem protege um segredo precioso. A vitória era questão de honra. O relógio andava devagar, mas o Palmeiras segurava com unhas, dentes e coração.
Quando o árbitro apitou o fim, não foi só o fim de um jogo. Foi o início de um novo capítulo. Um capítulo que tem Paulinho como herói, Gómez como mártir e o Palmeiras como guerreiro.
Agora, o Verdão espera por Chelsea que venceu o Benfica. Seja o Chelsea, encontrará um Palmeiras vibrante, resiliente e apaixonado. Porque o time pode mudar, os nomes podem passar, mas a alma alviverde... essa não se entrega nunca.
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