Zé Rafael: O motor invisível do trem verde, Boa Sorte Trem, ao seu no destino .

 

Foto - Divulgação.

Zé Rafael chegou ao Palmeiras em 2019 como um camisa 11. No início, parecia mais um jogador versátil que poderia ocupar o espaço de um meia-armador, um clássico 10. Mas a história reservava outros trilhos para ele. Em 2020, Vanderlei Luxemburgo enxergou nele uma força maior: a capacidade de desempenhar como um 8. Era o início de uma transformação. Com Abel Ferreira, a evolução foi ainda mais marcante, tornando-se um volante moderno, daqueles que desarmam, constroem e dominam.

E, como todo trem que não para, Zé se reinventou mais uma vez. Em 2023, assumiu a função de 5, o verdadeiro pilar do meio-campo. Ali, no coração da locomotiva, foi peça-chave para o Palmeiras conquistar o Paulistão e o Brasileirão, com uma eficiência assustadora. Ele marcava e criava com a mesma precisão. Distribuía gols e assistências como quem entrega a carga mais preciosa. Tudo sem alarde, sem precisar gritar. O barulho vinha só do trem verde, o símbolo que ele carregou como se fosse parte de sua essência.

A história do Trem Blindado Palestrino dos anos 1930 parece ecoar em Zé Rafael. Como se fosse um herdeiro espiritual daquele time imbatível, ele trilhou um caminho semelhante: tri estadual nos anos 2020 e uma peça fundamental para o funcionamento da engrenagem.

Não foi trending, não foi manchete. Mas foi indispensável. Cada passe, cada dividida vencida multiplicou a força do time. Contra o São Paulo, nos históricos 4 a 0 de 2022, ele foi além. Marcou um gol e correu como se estivesse jogando por cada torcedor de verde, cada criança que já sonhou vestir a camisa alviverde.

Zé Rafael é isso: um jogador que surpreende até a si mesmo. Reinventado, reaproveitado e inegavelmente valorizado por quem entende a grandeza do que ele faz. Ele não só jogou. Ele foi Palmeiras em campo.

É bom demais ver alguém assim: campeão, craque, e, acima de tudo, palmeirense de alma e coração.

Se essa saída se confirmar, Zé Rafael deixará o Palmeiras com a marca de um verdadeiro guerreiro. Foram anos de entrega, evolução e títulos, vestindo a camisa alviverde com orgulho. Mesmo enfrentando lesões e uma queda de rendimento, ele sempre foi um jogador confiável, peça-chave em conquistas históricas.

Se o destino for o Santos, será um novo capítulo para um jogador que ainda tem muito a oferecer. Mas, independentemente do futuro, sua passagem pelo Verdão será lembrada com respeito. Sai como entrou: de cabeça erguida e pelas portas da frente. Ídolos não precisam de despedidas grandiosas, porque ficam na história. E Zé Rafael já escreveu a dele no Palmeiras.

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