Abel Ferreira, como de costume, tirou mais uma carta da manga. Reformulou seu meio-campo e lançou um trio ofensivo jovem e atrevido: Paulinho, Estevão e Flaco López. O São Paulo, por sua vez, veio mais contido, parecendo estudar o terreno antes de arriscar um passo. No primeiro tempo, o Verdão foi dono das ações, mas errava no detalhe: o último toque, a finalização certeira. Rafael, goleiro tricolor, foi quase um espectador de luxo nos primeiros 45 minutos. E ainda assim, o placar não saiu do zero.
Veio o segundo tempo, e com ele, outro São Paulo. Ferreira e André Silva assustaram, botaram fogo no jogo, e obriga
ram Weverton a mostrar por que está entre os melhores do país. O Tricolor cresceu, mas o Palmeiras não se acanhou. Veio pra cima, mexeu no time. Saiu Estevão, entrou Vitor Roque. Saiu Paulinho, que fez boa partida, entrou Felipe Anderson. E no lugar de Ríos, entrou Lucas Evangelista. Jogo de xadrez, nervos à flor da pele.
O relógio já mostrava 49 do segundo tempo quando o destino decidiu agir. Felipe Anderson finalizou com força, Rafael até fez a defesa, mas deixou o rebote nos pés de Vitor Roque — e o menino não desperdiçou. Estufou a rede, correu pro abraço. O juiz anulou. O VAR chamou. A torcida prendeu a respiração. As linhas traçadas mostraram o que o torcedor alviverde queria: posição legal. Gol validado. O grito, preso na garganta por quase toda a partida, explodiu com gosto.
Com esse gol, o Palmeiras quebrou a invencibilidade do São Paulo no Brasileirão — sete jogos — e mais: encerrou uma sequência de 12 partidas sem derrota do Tricolor somando todas as competições. Foi a coroação de um time que soube insistir, acreditar e fazer o resultado quando quase ninguém mais esperava.
O futebol, às vezes, se resume a isso: persistência, paciência e um pouco de sorte. Ou como diria um velho torcedor: “Quem acredita até o fim, merece comemorar até o último minuto.”
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