O primeiro tempo foi morno, daqueles que o torcedor vê de braços cruzados, desconfiado. Poucas chances, muito estudo, pouca ousadia. E quase que o Vasco apronta! Em um lance que parecia gol certo, o goleiro Weverton saiu mal, João Victor tentou um toque por cobertura, mas ali estava Giay — um lateral com alma de acrobata — para salvar com uma bicicleta que tirou o gol vascaíno de dentro do caminho.
Veio o segundo tempo, e junto co
m ele, Abel Ferreira mexeu as peças. Como um maestro que entende os silêncios da música, colocou Paulinho, Flaco López e Aníbal Moreno. O time ganhou ritmo, e o jogo virou um ataque contra defesa.
Foi então que o destino, esse personagem que adora surpreender, resolveu agir. Em uma cobrança de meta mal feita pelo Vasco, Richard Ríos, esperto como poucos, percebeu a bobeada, pressionou, roubou a bola e passou para Estevão. O passe veio de volta, mas Ríos deixou a bola passar, como se soubesse que ali atrás vinha alguém faminto por redenção.
E ali estava ele: Vitor Roque, que enfim deixou para trás o peso de 13 jogos sem marcar. Um simples toque para o fundo das redes, um alívio, um grito preso na garganta. Gol do Palmeiras. Gol da volta por cima.
O apito final trouxe mais do que três pontos. Trouxe a liderança, a 18ª vitória fora de casa e, acima de tudo, a confiança de volta. O Palmeiras, como quem tropeça, levanta, sacode a poeira e sorri. Porque no futebol — como na vida — o importante não é cair, é saber levantar com estilo.
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